CompartilhARES: O racismo estrutural e o protagonismo dos pretos c/José Jardim presidente da CUFA/PR – disponível no Youtube e Spotify

José Jardim é Presidente Estadual da CUFA Paraná, psicólogo, teólogo, CEO da Labuta PR, Conselheiro do Instituto Sivis e Colunista da Versos&Prosas.

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Nesse bate-papo da série CompartilhARES, o tema abordado foi “O racismo estrutural e o protagonismo dos pretos”.

“A questão da violência contra negros é uma das mais delicadas e dolorosas fraturas sociais” (José Jardim).

Algumas questões abordadas: Preto ou negro? O racismo contra os pretos é velado no Brasil? O racismo tem impactos mais discrepantes em quais esferas? A criança, desde muito cedo, deve ou não ser alertada e “informada” sobre o racismo, seja ela preta ou branca? O que a história reflete e pode nos ensinar sobre o racismo e o povo preto? Como morador de Curitiba, muitos apontam que o PR é quase europeu, não tem uma grande população preta, Curitiba, especificamente, não tem favelas e assim por diante. É isso mesmo? Qual é o caminho para cessar essa problemática do racismo? O que os brancos podem ou não devem fazer para ajudar nessa luta, sem tomar a voz do povo preto e sente na pele? Grandes pretos inspirações com os quais José Jardim aprende/aprendeu muito.

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CompartilhARES: O racismo estrutural e protagonismo dos pretos com José Jardim, Presidente Estadual da CUFA Paraná

Próxima quarta-feira, 08/07, às 18h do Brasil 🇧🇷, estarei falando com José Jardim @josef.jardim, Presidente Estadual da CUFA Paraná em mais uma live da série CompartilhARES.

O papo será sobre “O racismo estrutural e protagonismo dos pretos”.

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Participem com a gente!

A live será transmitida pelo meu Instagram instagram.com/karencampanaa.

👊🏼👊🏼👊🏼

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A banalização da violência

Realidade no Brasil e no mundo, é cada dia mais comum observarmos situações de violência nos mais diversos ambientes, grupos, faixa etárias e classes sociais. A banalização da violência tem sido característica da sociedade do século XXI, que parece, por vezes, viver nos tempos das cavernas.

Um dia, um homem atira à queima-roupa em um rapaz de 22 anos por estar cortando sua fila no mercadinho do bairro em Marabá-PA.

Outro dia, uma travesti é baleada nas costas em pleno Centro de Maringá-PR.

Um dia, um ex-PM atira e mata sua esposa e filho e em seguida comete suicídio em Sertãozinho-SP.

Noutro dia, um pai ciumento mata a tiros o genro, o ator Rafael Miguel do SBT, e inclusive os pais do genro que estavam juntos a fim de “pedir autorização” pelo namoro, em plena Zona Sul de São Paulo.

Um dia, um casal de namoradas é agredido dentro do ônibus em Londres após um grupo de homens exigirem que elas se beijassem.

Em outro dia, uma mãe, aliada à companheira, esquarteja o próprio filho.

Outro dia, o governador do RJ avisa que irá “barrar” a entrada nas escolas de menores liberados de unidades socioeducativas por serem perigosos (Será mesmo que cumprindo o regime domicilar, sem escolas e com bastante tempo ocioso, esses jovens infratores seguirão para um bom caminho para eles e para a sociedade? Ou há aí mais espaço para a violência?).

Noutro dia, jovem negro é imobilizado e morto por segurança do Extra.

Violência contra os animais também, como o caso das pessoas ensacarem árvores para passarinhos não fazerem ninhos, tão louca quanto aquela do segurança do Carrefour que já comentei aqui.

Essas situações são apenas desses últimos dias e meses, fora tantas outras que já comentei aqui em outros posts (clique aqui) e aquelas que vemos todos os dias nos noticiários e até à nossa volta. Muitas por motivos tão banais, tão estranhos, tão desumanos, tão egoístas, tão covardes. Outras por reflexo de preconceitos, racismo, LGBTQfobia, machismo. Outras por excesso de poder e até poder de arma. Enfim… “n” motivações…

O que pensam os humanos, os ditos racionais?

O que a sociedade composta pelos mesmos humanos pode fazer para intervir?

Quem será o próximo alvo?

Uma grande lição das crianças ♥

Não tem como não assistir a um vídeo desses e não se emocionar.

Sim! Emocionar-se com quem tem pureza de coração…

Emocionar-se com aqueles que são tão pequeninos, mas que já sofrem o triste e imbecil racismo.

Este quadro foi apresentado no Fantástico da Rede Globo, especificamente ligado ao Criança Esperança 2016. Apesar do vídeo não ser recente, essas histórias ainda são comuns no dia-a-dia infelizmente.

As cenas representadas tratam-se da realidade de muitas pessoas pelo mundo.

Inclusive as falas do vídeo foram retiradas da internet, espaço em que muitos têm achado que são poderosos o suficiente para falar o que bem entendem, destilarem seu veneno e expor seus preconceitos.

Sinceramente, não consigo entender até onde vai essa babaquice de pessoas colocarem-se superiores às outras a ponto de ofender e julgar pela cor, pelo cabelo, pela classe social, pelo estilo, ou por qualquer outro raio.

Gente! Isso cansa!

Palavras machucam.

Seu preconceito acaba com os outros!

E você que age assim… Realmente, está melhor por isso?

Tal assunto pode ser um tanto repetitivo para alguns, porém pior ainda é a repetição sem fim desses episódios racistas pelo mundo.

Chega!

 

“Ninguém nasce racista. Continue criança.”

 

 

Nelson Mandela: exemplo de líder

Hoje, 18/07/2018, é celebrado o centenário de Nelson Mandela, um dos maiores líderes do século XX.

O célebre sul-africano Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 18/07/1918, em Transkei, comunidade pobre da região central da África do Sul. Filho único de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny, integrava uma antiga família aristocrata da casa real de Thembu.

Seu pai era chefe da vila Mvezo, da nação russa, mas perdeu o posto por enfrentar o juiz da colônia num caso envolvendo gado. Com isso tornou-se fazendeiro, perdendo a posição social, a chefia e os bens. Quando Mandela completou 9 anos, seu pai veio à óbito. Foi aí que sua mãe se viu obrigada a deixar seu único filho aos cuidados de outrem. O rei da vila de Mqhekezveni assumiu Mandela, já que tinha condições de zelar pela sua vida e sua educação. Foi aí que a vida de Nelson Mandela deu uma reviravolta. Foi educado na cultura real, preparando-se por uma futura liderança.

Anos depois, seguiu para a Universidade de Fort Hare, a única que aceitava alunos negros, local onde estudou várias disciplinas, dentre elas o Direito. Era nessa Universidade que a elite negra estudava e sonhava com um mundo melhor. O problema é que Mandela questionou a péssima alimentação da universidade e acabou sendo expulso.

Buscando novos rumos, após a irritação do rei, seu responsável, Mandela se colocou no mundo, indo para Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul. Para se manter, Nelson arrumou um emprego em uma mina de ouro e descobriu o tratamento imoral, a discriminação e a exploração, local onde somente os brancos (20% da população) estavam colhendo os benefícios. Muitos deles, inclusive, prestes a iniciar a 2ª Guerra Mundial, estavam dispostos a apoiar Hitler.

Logo Mandela conseguiu um estágio como advogado, fazendo seu primeiro amigo branco: “Nosso chefe deu a primeira oportunidade a um negro, algo muito raro em 1942”, afirma Nat Bregman, no documentário Mandela: O homem por de trás da lenda.

Já voltando-se a política, Mandela acreditava que o Congresso Nacional Africano (CNA) não dava a devida atenção aos negros, por isso fundou a Liga da Juventude do CNA, movimento radical enraizado nos valores culturais africanos, sua primeira experiência como ativista político.

Quebrando o silêncio do CNA, Mandela lançou uma Campanha de Protesto Nacional, aberta a todos que eram contra o regime. Mais do que visar uma cultura africanista, Mandela ampliou para uma atitude anti-racista. Foi o início do slogan: A África do Sul pertence a todos que nela vivem.

A desobediência civil foi um dos métodos defendidos, levando à resistência pacífica, considerando a visão de Gandhi.

Mandela lançou o primeiro escritório negro de Joanesburgo, desafiando, inclusive, o tribunal da cidade, onde todos os juízes eram brancos. Novas leis foram votadas, o que dividiu a sociedade africana em raças e as segregou. Cabe aqui lembrar que os negros esquecidos, deixados de lado e explorados passariam, agora, a incomodar por quererem ir além.

Mandela, então, edita uma carta de liberdade, defendendo um novo regime democrático e multirracial com poder para a população. O partido comunista clandestino apoiou tal carta, o que durante a Guerra Fria, foi o suficiente para o governo prender todos os líderes da oposição, inclusive a prisão de Mandela. Ser oposição ao sistema existente até então era sinônimo de Golpe. O julgamento desses presos demorou um bom tempo, mas depois todos foram liberados.

Mandela conheceu e logo se casou com a assistente social Winnie Mandela, com quem teve 2 filhos, e que ficou conhecida como a mãe da nação.

Um novo racismo, agora institucionalizado, surge em 1958, com a eleição do ministro Hendrik Verwoerd: o famoso Apartheid. Hendrik preferia chamar tal plano como a política da boa vizinhança. Com isso, os negros deveriam andar constantemente com um “passe” para que pudessem andar por onde quisessem. Isso gerou violência generalizada, n protestos e o CNA foi banido.

De modo clandestino, Mandela concedeu uma entrevista a um jornalista britânico, em que afirmou: “Os africanos exigem e querem o direito de um homem, um voto e independência política. […] Há espaço suficiente para todas as raças nesse país.”.

Durante a Guerra Fria, Mandela buscou apoio fora da África. Enquanto os brancos eram apoiados pelo o Ocidente, Mandela e os africanos buscavam apoio com os países de regime socialista Cuba e a União Soviética.

Quando retornou à África, foi preso sob acusação de incitação ao crime e por viajar para fora do país sem passaporte. Mandela, com vestimentas africanas, se apresentou ao tribunal, optando por representar a si próprio, ser seu próprio orador… Um negro contra muitos brancos. Mandela foi setenciado por 5 anos. Mas não foram apenas 5 anos como tudo indicava no início.

Em sequência, os clandestinos do movimento foram presos e novas provas de envolvimento de Mandela foram encontradas. A ditadura não gostou, pois afirmava ser um golpe de Mandela e seus companheiros do CNA contra o Estado. Durante o período de julgamento, 8 meses, acreditavam que agora o silenciariam. MAS ISSO NÃO ACONTECEU… Mandela se tornou uma lenda.

Mandela foi um dos mais importantes agentes políticos contra o processo de discriminação instaurado pelo Apartheid, na África do Sul, sistema político-racial resultado da ideologia de colonizadores britânicos e holandeses, em que brancos, apesar de minoria, eram colocados acima de todos, negros, índios, mestiços ou pessoas “de cor”. Isso durou aproximadamente 300 anos.

Para alcançar essa vitória, Mandela pagou um alto preço: foi preso por 27 anos, liberado apenas em Fevereiro de 1990, aos 71 anos.

Mandela tornou-se um ícone internacional em defesa das causas humanitárias.

Tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul, depois de tantas tentativas e iniciativas de uma guerra civil, mas que ele manteve-se firme com o lema da paz e eliminando o terrível plano Apartheid.

Aqui menciono apenas parte dessa grande história desse grande líder. É sempre inspirador ver aqueles que lutaram contra a resistência de alguns e ainda mais essa resistência tão “sem pé, nem cabeça” e ainda com paz! Vencer o mal com paz!

Esperança contra a resignação! Esse era um lema para o chefe de Estado, Nelson Mandela.

 

Eu tenho sustentado o ideal de uma sociedade livre e democrática, em que todas as pessoas vivam juntas, em harmonia e com as mesmas oportunidades. É um ideal pelo qual estou preparado para morrer. (Nelson Mandela, em seu julgamento para a sentença final)

 

Fonte: Texto baseado no documentário Mandela: O homem por de trás da lenda.