Resolvi fazer um resumo cronológico dos acontecimentos no Reino Unido perante à pandemia de Covid-19, de modo que nos ajude a refletir sobre a velocidade da transmissão do vírus, a gravidade dos hospitais perante ao número de infectados somados aos demais doentes e como temos nos prevenido e obedecido às regras impostas pelos especialistas do momento.
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29/01 – primeiros 2 casos de coronavirus no Reino Unido.
30/01 – A OMS declara uma emergência de saúde global em meio a milhares de novos casos na China.
31/01 – 213 pessoas morreram e 9.800 infectadas em todo o mundo.
Início de fevereiro – O primeiro ministro, Boris Johnson, pensou em um primeiro momento que era possível fazer frente à pandemia e salvar a economia britânica.
26/02 – “Uma estratégia adicional consistiria em aplicar medidas mais intensas nos grupos de idade e de risco que apresentam maiores possibilidades de desenvolver uma doença grave (isolamento em casa dos acima de 65 anos e proteções extras nos lares para idosos). A maioria da população desenvolveria imunidade e seria possível prevenir uma segunda onda de contágios, ao mesmo tempo que reduziríamos a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês)”, afirmou um relatório de 26 de fevereiro.
05/03 – Com 116 casos em todo o Reino Unido, morre a primeira pessoa de 70 anos de idade que tinha sido internada na cidade de Reading.
11/03 – OMS declara pandemia.
12/03 – Boris anunciou que tinha decidido passar da fase de contenção à de atraso do vírus.
16/03 – o Primeiro Ministro solicitou que a população tomasse medidas preventivas como evitar aglomerações e locais públicos como bares, pubs, teatros, restaurantes, etc.
17/03 – A partir desta data, diversas atrações de Londres anunciaram o fechamento até segunda ordem. Museus e galerias fechados; os jogos da Premier League e dos outros campeonatos de futebol, bem como outro esportes como a Maratona de Londres, foram suspensos/adiados; os estúdios do Harry Potter cancelaram todas as visitas, inicialmente até dia 03 de abril e, hoje, obviamente, seguem suspensos os serviços.
18/03 – 2626 casos de coronavírus (COVID-19) no Reino Unido, sendo 103 mortos. 30% dos casos (cerca de 600) concentravam-se em Londres.
19/03 – Seguiam com as mesmas medidas, baseando-se na fase da “mitigação” da pandemia e de “imunização do rebanho”, que consistia em conter em isolamento apenas os grupos de risco e os demais desenvolveriam imunidade coletiva visto que a infecção se daria em grande parte da população. Importante ressaltar que por conta própria, muitas pessoas passaram a realizar trabalhos em modo home office, isto é, em casa (nos centros, a redução populacional já tinha reduzido por volta de 60%, mas parecia que ainda não estava sendo necessário apenas essa medida).
20/03 – Sai o relatório do Imperial College de Londres, assinado pelos professores Nial Ferguson e Azra Ghani, que também foi enviado ao Governo britânico. O relatório estimava que com as primeiras medidas adotadas – isolamento de sete dias aos que apresentavam sintomas, 14 dias aos núcleos familiares e recomendação de isolamento social –, o Reino Unido atingiria um possível número de 260 mil mortos, devido ao colapso do NHS que não teria capacidade de tratar tantos pacientes. Esses dados, somados à trágica evolução observada em países como a Itália e a Espanha, mudaram o rosto e o tom das falas de Johnson. Segundo o principal jornal de finanças do mundo, o Financial Times:
“A supressão é a única estratégia viável no momento atual”
, concluiu o jornal sombriamente. Ainda neste dia, o governo assumiu pagar 80% dos salários daqueles que não estavam trabalhando devido à pandemia.
23/03: escolas pararam com as atividades desde cedo. Pela noite , após ter reconhecido no sábado que o Serviço Nacional de Saúde (NHS) corria sério risco de “colapso” após discussões sobre o estudo feito pela Imperial College, o primeiro ministro faz pronunciamento, abandonando o sistema de “mitigação” e declarando “lock down“, ou seja, deveriam permanecer em casa todos que trabalham com serviços NÃO interligados às necessidades básicas (mercados, farmácias, hospitais, imprensa, limpeza (lixeiros e faxineiros dos referidos lugares), etc), liberado uma saída por dia para fazer exercícios físicos (espaço que até hoje, 07 de abril, alguns tem “abusado” e ultrapassado limites, gerando ainda algumas aglomerações em parques, por exemplo, que seguem abertos).
26/03: O primeiro ministro é diagnosticado com COVID-19.
30/03: Com 19.522 casos, sendo 1228 mortes, no Reino Unido, jornais apontam enfrentamento de 6 meses para o Reino Unido começar a “voltar ao normal”, sendo que o lockdown deve seguir pelo menos até final de junho, conforme dados deste dia.

01/04: jornais estampam o falecimento de um adolescente de 13 anos, atestado com Covid-19, aparentemente sem doenças (o que é difícil constatar fielmente após a morte, mas cabe o alerta).
04/04: Reino Unido bate recorde até a data de óbitos por Covid-19, sendo 708 mortes, dentre elas uma criança de 5 anos de idade.
05/04: Com discurso de agradecimento aos profissionais na saúde e demais que estão à frente da pandemia, bem como os que seguem permacendo em casa em respeito às evidências do vírus, a rainha Elizabeth fez seu 5º discurso em 68 anos de reinado (além das tradicionais mensagens de Natal).
06/04: Boris Johnson é internado na UTI devido à persistência dos sintomas após mais de 10 dias de contrair o vírus.

07/04: Com 1.348.628 infectados pelo Covid-19 e 74.816 óbitos no mundo, destes 51.608 casos no Reino Unido com 5.373 mortes e 135 recuperados, Reino Unido segue com as mesmas medidas, intensificando o policiamento nas ruas para dissipar possíveis aglomerações, principalmente em parques. Além de por meio de mídias televisivas e impressa, o governo tem enviado correspondência aos moradores, com uma carta do primeiro ministro (escrita antes dele ser internado, mas já com Covid-19), para que permaneçam em casa, além de outras informações.

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Enfim… infelizmente, a situação ainda é grave, não só aqui, como em todo o mundo, mas não podemos perder as esperanças de que tudo vai passar e, para este momento, é necessário tomarmos providências e cuidados, caso contrário os resultados tendem a ser ainda piores.
Sim… Todos passaremos por dificuldades quanto à economia (claramente, alguns em maior e outros em menor escala), mas precisamos estabelecer o que é prioridade no momento: vidas importam!
Se cuidem e fiquemos firmes e cautelosos!
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Seguem alguns links que utilizei como base para esse resumo:
https://www.bbc.co.uk/news/world-51839944
https://www.ft.com/content/7e56cf84-6a9e-11ea-a3c9-1fe6fedcca75
https://www.imperial.ac.uk/people/neil.ferguson
https://www.telegraph.co.uk/politics/2020/03/23/boris-johnson-coronavirus-speech-update-lockdown-uk/
https://www.bbc.co.uk/news/uk-scotland-52088525
https://twitter.com/RoyalFamily/status/1246875266334539777
https://www.theguardian.com/uk-news/2020/mar/20/government-pay-wages-jobs-coronavirus-rishi-sunak
https://bfpg.co.uk/2020/03/covid-19-timeline/