Há alguns meses, em minha página particular do Facebook, tenho travado uma certa guerra por ter colocado meu posicionamento político diante das Eleições 2018, principalmente em relação ao cargo à Presidência da República, por ter me oposto ao candidato da maiorias dos meus “amigos” facebookianos.
Nesses meses, pude notar diferentes tipos de pessoas a partir de suas posições: algumas respeitosas, sejam elas opostas ao que penso ou não; outras que não entendem nada de política e simplesmente votam tudo numa legenda só (para os 5 cargos) sem nem ao menos ler sobre seus candidatos e propostas; outras que questionam o fato de pessoas “esclarecidas” pensarem contrárias a elas e por isso agora serem vistas como “menos esclarecidas” por essas mesmas pessoas; outras intolerantes quanto ao meu ponto de vista; outras intolerantes enquanto seres humanos em sociedade (preconceituosas, racistas, homofóbicas, intolerantes religiosas, xenofóbicas, misóginas (ou simples machistas) etc.); outras que não sabem dialogar; outras que só sabem colocar a #NOMEDOCANDIDATO; outras intrigadas com minha posição; outras que se diziam amigas, mas nem sabem conversar; outras que apenas reproduzem o discurso dos outros; outras que só sabem agir com prepotência e imposição, querem vencer pelo grito; outras que se julgam mais cristãs do que outras simplesmente porque votam em A ou B; e mais um outro monte de gente que não vou lembrar agora para detalhar. É triste, mas é real (pelo menos na minha visão). Mas apesar de triste, é feliz por trazer a leveza de se distanciar de gente que não está afim de amizade… Por isso afirmei em meu Facebook: “Falar o que pensa é bom para ver quem são os amigos de verdade… testem! Eu indico”. Quando digo isso, digo quanto ao agir com liberdade e não libertinagem.
Confesso que em alguns momentos talvez eu tenha sido intolerante. E sou mesmo intolerante quando me deparo com pessoas que apresentam características como as descritas acima. Para mim, não dá para ser tolerante com a intolerância. Por isso, sempre tentarei debater com você, que talvez segue algo marcado por isso, principalmente, quando vem me questionar sobre as coisas. Não me leve a mal, mas para mim é no diálogo que aprendemos uns com os outros. E se realmente houver diálogo, bons frutos tendem a surgir apesar da não-totalidade de concordância de ideias.
Dentro desse quesito “respeito”, alguns, inclusive eu, andaram denunciando posts. E isso é bom quando feito adequadamente, seja por ser Fake News, seja por ser ofensa, seja por generalizar ou diminuir um movimento. Há argumentos muito melhores do que isso se sua intenção é convencer os outros a votarem em quem você quer. Por outro lado, a denúncia simplesmente por censura é jogar baixo. Passei por isso em um post, mas que após análise do Facebook, retornou à minha página, afinal era apenas a discussão sobre um direito que o dito candidato e seu vice já afirmaram querer tirar: o tal do décimo terceiro. Sendo eu contrária, penso ter direito de questionar, ironizar ou apontar uma reflexão.
Outro fator bastante incomodativo para alguns é o fato de eu morar fora e mesmo assim opinar sobre o nosso país. Cara. Sério. Continuo acompanhando o que acontece, até por noticiários de fora do Brasil, me preocupando com quem me importo e que vive no Brasil e principalmente pensando naqueles que muitas vezes não tem voz devido a essa opressão. Se eu que gosto de falar e escrever já tentam me intimidar, imaginem aqueles que mal sabem escrever e/ou têm qualquer dificuldade de oratória, além de tantas outras dificuldades, sejam elas classistas, financeiras ou qualquer outra limitação. Por isso, invalido esse tipo de argumento, até porque muitos que disseram isso, são os mesmos que encontram apoio em outros emigrantes, porém favoráveis às suas posições. Até me chamaram de “socialista” vivendo no “capitalismo” associando-me à hipócrita, apenas demonstrando que não conhecem mesmo o país que vivo atualmente e seu respectivo sistema, bem como o desconhecimento sobre essas vertentes e a “bobeira” de acharem que um país, qualquer que seja, é dominado apenas por uma visão/ideologia em sua totalidade.
Muito além das minhas constatações acima, sinto ser necessário deixar claro alguns pontos sobre minhas ideias tão questionadas e taxadas ao longo desses dias. Então vamos lá!
Não sou de esquerda. Aliás… a direita não me representa e a esquerda não me representou. Gosto de ser o ponto fora da curva. Por que eu votaria em alguém sem o raciocínio crítico, como o Sr. Jair? De forma idêntica, ao longo da história política do Brasil, votamos na direita (Collor, FHC…)… eles sempre com argumentos de mudança. Votamos na esquerda de igual forma: o voto populista. Ambas escolhas nos levam ao abismo em que se encontra o Brasil (apesar de além dos malefícios, eu reconhecer algumas coisas boas que os que passaram fizeram).
Já a extrema-direita se volta ao discurso radicalista, do qual nem de longe me representa (é de todos o mais distante do que penso… confesso até a ter pavor de um extremismo). Sendo assim, suportaria qualquer vertente, diante do que já vimos na história, mas nunca o extremismo.
Sendo assim, por isso o #elenao. Não me sinto em cima do muro, como muitos colocaram, afinal estou aceitando qualquer um ao invés de Bolsonaro (cruel, mas real). Dessa forma, seria incoerente eu fazer campanha para qualquer um. Além disso, não gosto de ser cabo eleitoral de ninguém. Respeito você se você gosta. Você pode concordar ou não, gostar ou não. O que não aceito é o seu desrespeito em relação a mim, enquanto pessoa.
Muitos reclamam de quererem sair da mesmice. E até concordo. MAS, infelizmente, os mesmos (não só na presidência, nos outros cargos também) têm sido escolha dos eleitores há anos. Portanto, em uma democracia, cabe aos eleitores escolherem, sejam elas escolhas boas ou não. E cabe também a cada eleitor respeitar a escolha do outro e entender que a maioria vence, seja ela combinada ao que você pensa ou não. Importante: Respeitar não é deixar de debater com a oposição, mas sim estabelecer diálogo com respeito.
Diante disso, desejo a todos um ótimo e tranquilo dia de Eleição. Que seja um dia acompanhado pela consciência e pelo distanciamento de briguinha de time de futebol. Estamos falando de algo sério: política, que interfere no dia-a-dia de cada cidadão, gostando ou não de política.
Pense bem em que você votará. Tenha certeza que você estudou as propostas e as ideias dos candidatos, afinal você tem esse dever seja para eleger, seja para cobrar depois da eleição.
Que nunca falte respeito, amor, esperança, empatia e consciência! Pense além de você e de sua família. Tente reconhecer a realidade do outro muito além dos limites dos seus muros… Cuidado com o extremismo, seja ele para qualquer lado que pender. Cuidado com o desprezo por aquele que é diferente de você, que vive em situação diferente da sua e/ou por aquele que simplesmente pensa diferente de você. Cuidado com os falsos líderes, sejam eles políticos, religiosos, grupais etc.. Há interesses!
Uma ótima eleição a todos!
Amei suas colocações. Sempre maduras e corajosas.
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